Um pote de margarina contém três tubos de ensaio cheios de gordura. Em 400 gramas de achocolatado, existem 300 gramas de açúcar. Um pacote de macarrão instantâneo tem quase 2000mg de sódio e ao optar este alimento, você já está consumindo 40% de todo o sal que deveria comer durante o dia todo. Ficou surpreso com as informações? Os alunos da Escola Municipal Osório Duque Estrada de Cruzaltense também. Eles participaram do projeto desenvolvido pela nutricionista Eliandra Segat, com o objetivo de descobrir a quantidade de açúcar, sal e gordura escondida nos alimentos. “A primeira parte do projeto foi teórica. Trabalhamos as informações sobre as gorduras, o açúcar e o sal, o que é saudável e o que não é, quais os limites para o consumo”, conta Eliandra.
Depois, ela pediu que os alunos trouxessem embalagens de alimentos industrializados que são consumidos em casa. A prática foi surpreendente, porque os alunos descobriram que todas as informações estão na própria embalagem. “Nada é escondido do consumidor, ele só precisa ter o hábito de verificar a composição dos alimentos, fazer as contas e fica fácil concluir que realmente tem muito açúcar, gordura e sal escondido nos alimentos”, informa a nutricionista. Depois de fazer as contas e obter os resultados, os alunos fizeram demonstrações práticas das informações. Pesaram e mediram as quantidades de açúcar, sal e gordura presentes nos alimentos e acondicionaram em saquinhos e tubos de ensaio colocados em cartazes. “O que as pessoas às vezes não se dão conta é que a quantidade informada na embalagem se refere a uma pequena porção do produto”, explicou a nutricionista durante o trabalho. Os alunos aprenderam a fazer os cálculos para saber a quantidade total de açúcar, sal e gordura por embalagem e compreenderam que, se um produto tem 20g de açúcar em uma porção de 25 gramas, isso quer dizer que 80% do que está sendo consumindo é açúcar e só 20% o restante dos ingredientes. O trabalho também envolveu a busca por substituições e os alunos chegaram a alguns exemplos: usar mais temperos para diminuir o uso do sal, assar em vez de fritar, dar preferência para alimentos naturais e não acrescentar açúcar em sucos, entre outros.
A nutricionista também é responsável por tudo o que envolve a alimentação escolar: elaboração do cardápio, conferência dos alimentos comprados e orientações às cozinheiras. Os alunos das escolas municipais também tem atendimento individual. A nutricionista faz a avaliação antropométrica e quando necessário, o atendimento é estendido à família. “A alimentação e o sobrepeso como fator desencadeante de doenças é muito preocupante. É cada vez mais comum crianças de 8 ou 9 anos apresentarem gordura no fígado, estarem com os exames alterados”, informa. Quando há necessidade de acompanhamento o trabalho é feito em conjunto com os profissionais da Unidade Básica de Saúde, que no Núcleo de Apoio à Saúde da Família conta com psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos, entre outros profissionais. “Muitas vezes as pessoas podem pensar que ter um nutricionista no quadro de servidores da educação é somente para cuidar da alimentação fornecida na escola, mas o seu papel é muito maior porque acompanha a saúde das crianças e ajuda a educar os alunos e as famílias para terem uma vida mais saudável”, avalia o secretário de Educação, Renan Sandri.
Cruzaltense