Uma vez por semana um grupo de mulheres, a maioria aposentadas, se reúne na Academia de Saúde de Cruzaltense para dançar. Não se trata de pessoas que chegaram aos 50 ou 60 anos sem saber dançar, ao contrário, elas já frequentaram muitos bailes e conhecem todos os ritmos das danças de salão. O que a fisioterapeuta Keli Barbieri, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família ensina é uma dança para a saúde. “Como fisioterapeuta, me interessei em buscar algo diferente, mais prazeroso, que pudesse trazer benefícios para a saúde e por isso fiz o curso de dança Sênior”, conta a profissional. Assim, com diversos movimentos e coreografias, a dança Sênior foi conquistando as pessoas.
O grupo está formado desde agosto do ano passado e todas as participantes fazem relatos de melhora na condição física e emocional. Algumas contam que não conseguiam se abaixar, e agora tem mais flexibilidade. Para outras, dançar é conquistar a liberdade. “Quando a gente era nova, não tinha nada. Agora me sinto livre para fazer o que eu quiser”, disse uma das integrantes enquanto que outra rapidamente completou: “A vida mudou muito, a gente não quer se sentir velho, porque a gente tem a alma jovem”.
A explicação para tanto bem estar está nos movimentos e as coreografias da Dança Sênior, que trazem benefícios para a memória e a concentração, trabalham a lateralidade e melhoram o equilíbrio e, ainda, retardam a senilidade, porque ativam áreas do cérebro que são pouco usadas no dia a dia. A Dança Sênior também melhora a força muscular, aumenta a flexibilidade, melhora a coordenação e a postura e, até mesmo, a qualidade do sono. “Trata-se de uma atividade que pode ser realizada por idosos independente da sua condição física”, garante Keli. Um estudo feito na Associação Brasil Parkinson (ABP) mostrou que os idosos com a doença que participavam de grupos de Dança Sênior apresentaram melhores resultados na realização das múltiplas tarefas, algo difícil para essas pessoas.
Os passos que estão sendo ensaiados agora tem um objetivo específico: o grupo vai se apresentar durante a Semana Farroupilha. E a expectativa entre elas é grande. “Em 78 anos de vida, é a primeira vez que vou me apresentar em um evento”, diz Cleonice Mella. “Para mim o mais importante é que também estamos sendo lembrados para fazer parte de algo e espero que o pessoal aplauda a gente. Na minha vida nunca fui aplaudida”, conta Lorena Dezioch. “Isso mostra que a Dança Sênior também é uma forma de melhorar a autoestima e favorecer a integração dos idosos com a sociedade” afirma a fisioterapeuta.
O grupo que está nas fotos é formado por Maria Dalva Ramos Vaz, Nailda Loureiro, Maria Iraci Avozani, Geni Salete Rigo, Leonilda Rodrigues, Helena Enriquiera Basi, Cleonice Mella e Lorena Dezioch. Se você tem interesse em participar, informe-se na Unidade Básica de Saúde.
Cruzaltense